terça-feira, 6 de julho de 2010

Saiba mais sobre o Grafite com Stencil

A stencil art dos grafiteiros Mesnager, Nemo e Mosko é de um minimalismo elegante e poético, capaz de nos levar aos melhores devaneios.

POSTADO POR MARGGA DUVAL ON 12/10/2009 11:45:00 PM


A história começa em 1983, com o “Le Corps Blanc” (o corpo branco) de Jerome Mesnager pintado pelos muros e paredes de Paris. O grafiteiro criou seu “O Corpo Branco” representando luz, força e paz. Apesar de viver e criar sua arte em bairros franceses, o artista levou sua silhueta branca a Nova York, Xangai, Moscovo, à Grande Muralha da China e às pirâmides egípcias.


Grafite Tango de Mesnager



O grafite poético de Nemo


Na mesma Paris, em 1982, Serge Fauri – conhecido como Nemo –, um engenheiro de computação, pai de família de classe média, apaixonado pela stencil art, começa a pintar, ao longo do trajeto para a escola de seu filho seu "noir bonhomme" (homem de preto, em livre tradução). A silhueta negra, de chapéu e gabardine, com um eterna pasta de executivo, possui acessórios variados: rede de apanhar borboletas, guarda-chuva, bandeira, balões.

Como Mesnager, Nemo levou sua arte para o exterior. E o “Homem de Negro” chegou a Bogotá (Colômbia) e Lisboa, (Portugal).



Encontro dos dois grafiteiros: Mesnager e Nemo


Na Paris de 1990, o corpo branco de Mesnager encontrou a silhueta negra de Nemo. E a parceria foi imediata.


Grafite de Mesnager e Nemo em rua de Paris




Mosko e associados


O stencil art de Mosko surge em Moskva (Rússia), no final dos anos 80. Mais tarde, em Paris, une-se aos amigos, Michel e o alemão Gerard Laux, e o grupo cobre as paredes de Paris com um mundo encantado, morada de tigres, panteras, zebras, gazelas, elefantes e girafas.



Os três artistas da stencil art


Em um dia de 1996, os três artistas se encontram e daí...











A origem do Stencil

Texto em italiano encontrado pelo artista Ozéas Duarte na internet:




Le origini dello stencil vanno ricercate in Cina, contemporaneamente all'invenzione della carta nel 105 D.C. Fino ad allora la tecnica veniva realizzata servendosi di elementi naturali quali foglie e sassi per mascherare le parti che non andavano colorate con i pigmenti.


Con l'uso della carta si cominciò ad intagliare le forme, i disegni, le scritte e quant'altro fosse utile riprodurre fedelmente.


Si può insomma sostenere che lo stencil fu una prima forma di stampa.


Nel 600 in Cina si cominciarono ad intagliare disegni sempre più complessi per applicare la tecnica alla decorazione della stoffa, anche con l'utilizzo di più colori. Fu però in Giappone che la tecnica dello stencil su stoffa si perfezionò con l'introduzione delle prime mascherine lavabili e, di conseguenza riutilizzabili. La carta di gelso subiva, prima di essere intagliata con il decoro desiderato, uno speciale trattamento con succo di cachi. Ciò la rendeva impermeabile.


Lo stencil viene largamente utilizzato per decorare pareti, mobili ma anche piccoli oggetti. Si tratta di una tecnica decisamente semplice che tuttavia può essere coniugata in molteplici variazioni ed assumere caratteristiche diverse di volta in volta.



Fonte: [1] http://www.stamperia.com/tecniche_lev1_new.php?id=95



Tradução feita pelo pai do poeta Rica P.:

A origem do stencil se encontra na China, juntamente com a invenção do papel, no século 105 d.C. Antes disso a técnica utilizava-se de elementos naturais, como folhas e rochas, para fazer as máscaras das partes que não se podia colorir com os pigmentos.

Com o uso do papel se começou a entalhar a forma, o desenho, a escrita e tudo o mais que se quizesse reproduzir fielmente.

Se pode dizer que o stencil foi a primeira forma de gravura.

Nos anos 600, na China, começaram a fazer desenhos mais complexos e aplicar a técnica para a decoração de tecido, embora com o uso de poucas cores. Foi porém no Japão que a técnica do stencil sobre o tecido se aperfeiçoou com a introdução de uma primeira máscara lavável e, consequentemente, reutilizável. O papel recebia, antes de ser entalhada com o motivo desejado, um tratamento especial com suco de caqui. Isso o deixava impermeável.

O stencil vem sendo muito utilizado para decorar paredes, móveis e outros objetos. Se trata de uma técnica simples que pode, ocasionalmente, ser conjugada com múltiplas variações e assumir características diversas.



Fonte: http://www.stencilbrasil.com.br/historia_01.htm

Arte Grafite - Stencil

Para entender a Arte Grafite Stencil, leia a informação que segue, texto escrito na linguagem informal por Chivitz - colaborador da MTV sobre cultura de rua.



Alto Contraste – Stencil Art de qualidade!



Quem anda pelas ruas e repara em arte urbana, já deve ter deparado com alguma pintura feita com a técnica de STENCIL. Pra quem não sabe, Stencil é uma folha recortada com uma arte( desenhos, letras ou fotos) de forma que esta arte seja vazada pra que você possa aplicar tinta sobre a folha e ao retirar o stencil a arte já esteja pronta.



Este segmento de arte urbana é uma forma muito legal de pintar pelas ruas pela agilidade que essa técnica proporciona. O maior trabalho é o de recortar o stencil com a sua arte, depois de recortado é só colocar no local a ser pintado e aplicar tinta... tirando o stencil, tá pronto!



Seja com spray ou tinta liquida o resultado é muito bom e pode chegar a uma proporção menor que o traço do spray, uma alternativa legal pra quem quer fazer uma arte grande ou pequena com muita definição, ou então texturas pelos graffitis...



Fomos trocar uma idéia com o casal Lou e Lee, uns malcriados do stencil, conhecidos como ALTO CONTRASTE. Este casal simpatia é muito criativo em seus trabalhos e facilmente ganharam reconhecimento pelos amantes de arte urbana. Reconhecimento internacional até e de peso, os mesmos foram convidados juntamente com Daniel Melim pra representar o Brasil no Cans Festival em Londres. O Cans Festival foi um evento organizado pelo artista britânico Banksy, artista famosão e muito polêmico por seus trabalhos... pode mandar um Google nessa cara que é firmeza!


domingo, 4 de julho de 2010

Artistas do Grafite no Brasil

São muitos os artistas grafiteiros brasileiros. Conheça alguns aqui neste espaço e acesse os links indicados abaixo para conhecer mais.

Zezão

 Em 2003, José Augusto Amaro Capela, o Zezão (hoje com 38 anos), decidiu largar a “vida louca” que levava como motoboy para viver de grafite. Na época, uma exposição desse tipo de arte em grandes museus, como a que aconteceu no Masp em 2009, era um sonho distante. Entretanto, sem muito o que perder, lançou-se como artista de rua. Suas pinturas azuis pelos subterrâneos da cidade, os “flops”, foram descobertas aos poucos, e a projeção acabou reverberando em exposições nos Estados Unidos e na Europa. Agora, Zezão prepara um livro que privilegiará outras vertentes de seu trabalho, como light painting e fotografia. “Tudo partiu do grafite, mas me preocupei em mostrar também lugares da cidade que servem ou não de cenário para meu trabalho”, diz. Editado pela Cosac Naify, o livro deverá mesclar os textos de Cassiano Elek Machado com opiniões de críticos de arte.

• Eduardo Zanelatoiz. Editado pela Cosac Naify, o livro deverá mesclar os textos de Cassiano Elek Machado com opiniões de críticos de arte.






DANIEL MELIM

São Bernardo do Campo - Brasil

Daniel Melim nasceu em São Bernardo do Campo, subúrbio de São Paulo, em 1979. Pós graduou-se em Artes Visuais, mas foi nas ruas do seu bairro que aprendeu a pintar, fazendo graffiti e intervenções urbanas, quase sempre associadas ao estêncil, técnica de pintura sobre máscaras com imagens vasadas.



CARLOS DIAS
Porto Alegre - Brasil

Nasceu em Porto Alegre, 1973. Especialidades: Arte urbana, pintura, instalação. Referências: Pop, expressionismo, Karel Appel, Grupo Cobra, Basquiat, sticker art. Conceito: Carlinhos afirma que o seu trabalho é "sem conceito"... Avesso a escolas, ele cria um universo próprio, energético, poluído, colorido, cheio de personagens e ruídos absurdos. Arte: Original, nasce nas ruas, nos shows da sua banda, na sua coleção de discos e vai desembocar nas telas pintadas com tinta acrílica, canetão, giz de cera, pincel, spray ou qualquer coisa que tenha a mão. Pop expressionismo = humor + energia.


STEPHAN DOITSCHINOFF
São Paulo - Brasil

Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, nasceu em São Paulo, em 1977. É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos. Além de filho de pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas, Stephan conviveu no bairro em que passou sua infância e juventude em contato com um centro Hare Khrishna e até mesmo um terreiro de umbanda. Cresceu, assim, absorvendo a estética do simbolismo religioso nas mais diferentes situações, na convivência diversa em sua infância e em meio a estudos sobre religiões orientais, alquimia e arte sacra.



TITI FREAK


Hamilton Yokota (mais conhecido por Titi Freak) nasceu em 1974. É paulista de ascendência nipônica e mistura bem o espírito espontâneo dos brasileiros à estética disciplinada dos japoneses.

Desenhava muito desde pequeno, inclusive pelas paredes da sua casa… Sua mãe, percebendo o talento do filho, o encaminhou a um importante estúdio comercial de quadrinhos, Maurício de Souza, produtor brasileiro de inúmeros best sellers do gênero.

Desde então, o senso de estilo, a habilidade como ilustrador e o profissionalismo adquiridos, o manteve sempre em atividade, trabalhando como designer gráfico e ilustrador. Colaborou intensamente com várias agências de publicidade e muitas marcas como Adidas, Eckó e Nike.

Titi Freak conheceu o graffiti em 1995 e percebeu que a cidade era o ambiente ideal para se livrar das amarras e vícios que os anos de briefing haviam impingido ao seu trabalho. Nas ruas de São Paulo, Titi Freak pode integrar a excelência técnica do seu desenho ao espírito de improvisação que a cidade impõe.

A troca foi justa: Titi soltou o traço enquanto o graffiti paulistano ficou mais sofisticado.

Titi Freak é um artista que se deixa influenciar pelo imaginário da moda, dos quadrinhos e mangás, da low brow art e da cultura japonesa em geral, mas também presta atenção em Matisse, Picasso e Portinari, alguns de seus ídolos na pintura.

Essa mistura de referências, bem contemporânea e pop, confere à sua obra muito carisma e empatia com o público de várias idades e procedências.

Impressiona a habilidade com que o artista explora os vários suportes tão díspares quanto os gigantescos murais públicos e os pequenos desenhos em miniatura.

Na verdade, o artista aproveita muito bem as diferenças de linguagem, escala e tratamento que imprime às suas obras, na intenção de envolver a audiência e provocar fortes emoções.



Saiba mais sobre artistas do grafite acessando os links abaixo:

quarta-feira, 16 de junho de 2010

TEXTO 04

Para saber mais sobre o graffiti:

Graffiti uma arte bem urbana






Desde os tempos do homem das cavernas, até os nossos dias, o fenômeno da representação pelo desenho vem ocorrendo. Ao desenhar em suas paredes, o homem das cavernas procurava abstrair o animal desejado por ele, sem possuir noção do que fosse arte. Ele apenas representava o animal desejado por crença em conseguir caça-lo para sua sobrevivência. No entanto, ao manifestar-se, ele já demonstrava vontade de se expressar.

A tinta spray surge nos EUA junto com o "boom" da indústria automobilística nos anos 50. Ela foi desenvolvida neste período para ser empregada em pequenos reparos domésticos como: geladeiras, fogões, etc, e até mesmo nos reparos de latarias de automóveis que tivessem suas pinturas danificadas. Com o surgimento do movimento Hippie nos anos 60 nos EUA contra o "establishment", países do terceiro mundo, não só passaram a se utilizar da lata de tinta spray para reparos domésticos, mas também para expressar palavras de ordem em oposição à situação política vigente em seus países, nas suas manifestações de rua.

No Brasil não foi diferente. Após o período do uso do piche pelas agências de propaganda, principalmente nos anos 40/50 com as Casas Pernambucanas anunciando sua linha de produtos nos muros e suportes públicos dos mais diversos, o spray também chega ao Brasil e passa a ser empregado nos anos 60 como mais um material utilizado para propagação de palavras de ordem nas principais cidades do país, anunciando o possível golpe de Estado que estaria por nos colocar em processo de estagnação política e das liberdades democráticas. Foi então, durante este período de transição histórico-político pelo qual passamos, que um artista etíope naturalizado brasileiro e de nome Alex Vallauri começa no cais do porto de Santos, cidade onde viveu com a família por alguns anos, a criar seus primeiros personagens. Tratava-se de suas primeiras imagens iconográficas que retratavam os atores sociais do cais do porto: marinheiros, prostitutas, estivadores, etc.

Neste mesmo período nos EUA, surgiam as grandes expressões da pop arte, que já começavam a usar o spray como material-suporte para suas obras "semiótica-contemporâneas" ( leia-se artistas de peso como Andy Warhol, Roy Lieinchestein, etc). Pesquisador da variedade de imagens que os simples carimbos de almofada ofereciam, além dos processos de repetição de imagens proporcionadas pela arte do clichê, Alex começa a desenvolver a partir das técnicas da gravura, suportes que os profissionais da área chamam de recortes ou matrizes. Estudioso dedicado, Alex passa então a realizar uma fascinante viagem pelo mundo dos papéis de embrulho dos mais diversos, que com suas marcas e desenhos de criação características e comumente utilizados por açougues, padarias, farmácias, formavam um vastíssimo e rico arquivo imagético para seus propósitos artísticos.

Deste período de gestação criativa até sua viagem para Nova York onde manteve contato com o que de melhor vinha acontecendo lá, Alex deixa no Brasil a primeira semente de sua arte, que anos depois viria a germinar. De volta ao país já nos anos 80, Alex começa aqui o processo de difusão da arte do graffiti, contemplando-nos com o aparecimento da imagem de uma pequena mas muito curiosa botinha da couro preta ( quem não se lembra?). Neste período, já conhecíamos semelhante fenômeno que não só de uso político em muros, mas em muitas pedras existentes ao longo das rodovias do Brasil. Tratava-se da mensagem de um novo tipo de raça de cão que vinha sendo reproduzida aqui: o "CÃO FILA".

Curiosamente, surge um jovem adolescente de classe média ( hoje artista plástico formado por universidade) que passa a "pichar" seu próprio nome em todas as cidades do Brasil. Seu nome: JUNECA. Das muitas relações criativas com diversos artistas de peso como: Carlos Matuck e irmãos, Hudinilson Jr. dentre outros, Alex Vallauri continuava produzindo. Da amizade de muitos anos, Alex retoma projetos artísticos com o até então, polêmico e versátil escritor, artista plástico e multiperformer Maurício Villaça.

A partir deste encontro, muitos projetos começam a surgir, e Alex decide participar da Bienal de São Paulo trazendo a público por completo, com bota e tudo mais, a sua "Rainha do Frango Assado". Maurício Villaça começa a dominar as técnicas do grafite e junto com Alex acaba por difundir as muitas possibilidades plásticas que o graffiti poderia proporcionar. Mais nomes de expressão na arte do graffiti estão presentes: John Howard, Grupo Tupynãodá, Ozéas Duarte, Eduardo Castro, dentre outros. A "Rainha do Frango Assado" ganha corpo e na figura da bailarina Mara Borba vai para o teatro e faz sucesso. Nesta mesma época, na voz de Caetano Veloso, o graffiti ganha pulso musical e serve como inspiração para o compositor. Muitos adeptos do graffiti começam a surgir.

Fascinados pelas múltiplas possibilidades plásticas que a arte do graffiti oferecia, muitos jovens artistas sofrem influências e acabam formando o que se chamou da "geração de grafiteiros dos anos 90". Junto com a "boom" do graffiti, surge uma geração de jovens da periferia da cidade que com uma latinha de spray na mão, passa a se expressar, pichando os monumentos e obras arquitetônicas da cidade. Preocupados com esta avassaladora onda de pichação, mortes e perseguições que estes "pichadores" passam a enfrentar, Maurício Villaça, Ozéas Duarte, Eduardo Castro, Hudinilson Jr, e muitos dos artistas da geração 90 passam a oferecer oficinas de graffiti para estes jovens. A iniciativa traz resultados. Muitos deixam de lado a pichação e passam a fazer parte do universo da arte do graffiti, surpreendendo com sua criatividade e técnica.

Todos os anos comemora-se dia 27 de Março o "Dia Nacional do Graffiti no Brasil" por decreto lei sancionado pelo Presidente da República, data da morte do artista Alex Vallauri. Maurício Villaça veio a falecer no ano de 1993. Os dois artistas, irmão e querido amigo, bem como outros que continuam, deixaram deste período muitas lembranças e fortes influências, diria, revolucionárias na história das Artes Plásticas no Brasil.



Marcos Villaça


Fonte:

http://www.stencilbrasil.com.br/textos_4.htm